quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Essencial e o Invisível aos olhos

É sempre o amor. Ele contagia, afeta, descompensa, acaba com velhos padrões, impõe novos, rompe nosso bom-senso. Era o tempo que eu achava que o amor era divino. Mas, se ele é divino, porque sofremos de amor? Porque nos vemos num redemoinho de acontecimentos inesperados, lidamos com a intolerancia do parceiro, que provavelmente, voce pensa, não te ama o tanto quanto você o ama. É uma forma de matar mais silenciosa que existe. Ele nasce no silêncio, cresce em terreno fértil e morre no outono de uma relação que empobreceu o solo outrora fértil do coração. Sempre que ele se vai, parece que morremos um pouco. E a cada relacionamento, a cada tentativa, a cada erro e a cada recusa, o solo desse coração torna-se um cerrado, com pouca vegetação, uma casinha destruída num canto, e sem vida nenhuma.

broken-house-285x300Mente quem fala que o amor não pede nada. Ele pede sim. Pede sua atenção, sua calma, sua respiração, seus batimentos cardíacos, seu sangue, seus pensamentos, seu suor, seu tesão, sua surpresa e, mais importante, pede sua falta de visão. Falta de visão para saber o que vai acontecer depois. “É consequencia da imprevisibilidade com que lidamos”. O que hoje parece ser a história de amor épico, amanhã torna-se um pesadelo vívido. Começam as decepções, o descaso (esse, ao meu ver, o pior de todos os pontos), as brigas, o amor torna-se tédio, rancor, raiva, ódio e, por fim, torna-se nada. Mas, engana-se quem diz que isso faz a pessoa aprender a lição. Ele, logo depois, está procurando outro amor, para semear naquele mesmo terreno devastado pelo amor antigo. Pode demorar o tempo que for, mas vivemos sempre em função daquele pequeno tempo que o amor toma tudo de nós. E depois, estamos vivendo a mesma coisa, o amor tomando sua calma, sua respiração, seus batimentos cardíacos, seu sangue, seus pensamentos, seu suor, seu tesão, sua surpresa e, não esqueçamos o principal, sua falta de visão.

Mente quem falar ou pensar que eu não procuro isso. Eu preciso disso também. Sei que estou no meu caminho. Quero viver como uma criança por uns dias, ou uns meses. Quero entregar para essa pessoa eleita o melhor de mim, sabendo que não serei criticado, roubado, assassinado. Não no começo da relação. Depois de um tempo, talvez minhas falhas torne a pessoa mais insensível comigo, ou eu com ela, eu não sei. Acho que devíamos esperar por isso algumas vezes. Não sempre, só o tempo necessário para que não soframos tanto quando o amor começar a entrar no seu crepúsculo.

Mas até lá, ame muito. Suporte algumas coisas, todos somos imperfeitos, não pense que voce é um anjo na terra. Talvez seus erros sejam mais gritantes que o dele, já pensou nisso? Caramba, pensei nisso agora, e começei a pensar em apagar esse texto inteiro. Mas depois eu reparei que, mesmo os melhores solos têm seus problemas. Suas pestes, seus insetos… De repente, um inseto pequeno chamado ciúme ataca a plantação, e deixa o lugar parecendo um cenário de filme de guerra.

Mas deixemos esses insetos de lado. O que temos que fazer é simplesmente tentar deixar nosso terreno fértil. Voce deve estar perguntando “mas não é ele que tem que cuidar do meu coração”? Claro que não. O que você está plantando é para ele, mas o coração é seu. Então cuide para que o ciúme não ataque a plantação toda. Só um pouco. Escolha os produtos que vai usar para enriquecer o solo, mas não espere nunca que ele pegue uma enxada para te ajudar. Ele vai fazer isso no começo, mas depois seu terreno vai ser só um terreno. Cuide de tudo, mas principalmente, cuide da casa no canto, lá no cantinho, lembra,na ilustração do cerrado? Pois é. E porque? Porque ali, na casinha, está o seu amor próprio. Se voce não cuidar da sua casinha, seu amor próprio vai embora, e voce vai cuidar da plantação sem notar. Quando vier os tempos de tempestade, sua casinha, que serviria de abrigo, vai estar cheia de buracos, infiltrações, a porta caída, sem luz… Aí, sabe o que vai acontecer? A pessoa que está sendo homenageada no seu “terreno”, vai partir para outro terreninho, onde não tem uma rosa plantada. Mas a “casinha” é uma mansão. Pense nisso também. Não é a fartura da sua horta que vale, e sim o tamanho do seu amor próprio. É só reparar.

Viu só, como o título condiz com o texto? No começo você nem pensava no coração como uma plantação. Depois pensou em alimentar sempre seu coração, mas se esqueceu da casinha. Tsc, tsc…. Não se preocupe, eu ainda to reconstruindo a minha.

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