domingo, 26 de setembro de 2010

Amor, dor, ódio.

Você saberia me dizer o que é amar?

Se voce olhou para o outro lado, ou se apertou os lábios, piscou mais de uma vez, ou respirou fundo, é como o resto do mundo inteiro que lê essa pergunta.

Não sabemos o que é amar uma pessoa. Seria acordar ao lado dela pelo resto da nossa vida? Será que é suspirar toda vez que lembramos dessa pessoa, é relacionar a ela um perfume, uma música, um lugar?

Levantamos a sobrancelha sempre que pensamos nesses pontos. Olhamos para cima, procurando a nossa definição sobre o amor, só para descobrir que tudo o que sabemos sobre amar é simplesmente o que as outras pessoas nos falaram o tempo todo.

Mas, será que isso é ruim? Sei lá, é ruim para você? Gosta de acordar ao lado da pessoa que escolheu? Gosta de lembrar-se dela? Então, sinta-se feliz por saber o que é uma parte do amor.

Amor não tem o mesmo final de dor por coincidência. Na verdade, dor é mais fácil que amor. É só 1 letra a menos, e consegue sentir-se por mais tempo. Ela é a irmã gêmea invejosa do amor. Mais sofrido que o ódio. O ódio é o amante do amor e objeto de desejo da dor. Família com laços fortes, essa. Amamos para nos ferir e odiar a pessoa que seu pretendente ama. Acha difícil de acreditar? Faça as contas. Tudo se encaixa no quebra-cabeça.

Vou substituir minhas necessidades primordiais. Vou amar mais a mim mesmo, e deixar com que as outras pessoas me amem na mesma proporção. Quem sabe eu consiga a pessoa que eu quero?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ironia

Deus reside na ironia. Na ironia das coisas que falamos e nos arrependemos, e convivemos com isso o resto da nossa vida. A ironia de ver um parceiro amado morrer e ainda persistir nesse mundo quando tudo o que quer é simplesmente deitar ao lado do seu amado na outra vida, se houver. Ironia de viver nos amargurando pelo que não possuímos, viver correndo atrás das impossibilidades, de tentar mudar o rumo das coisas quando não podemos, de tentar errar de propósito e acertar em cheio no seu alvo. Isso é Deus, ele vive em nós.

Dizem que Deus é amor. Não. Deus é isso, ironia. Ela nos persegue. Desde que eu conheci o verdadeiro significado dessa palavra, é como se quase tudo o que me lembro viesse carimbado com essa palavra, marcando em meu rosto a ferida correspondente. A dor causada pela ironia é diferente.

A dor do amor é de cor cinza, podre. A dor da perda é branca, vazia. A ironia não. Ela consegue ser a cor que mais odiaríamos ver no momento que ela acontece. Por exemplo, a ironia de ver uma menina que eu estava a fim beijando outro cara num show foi de cor negra, pulsante, como um cobertor de cetim escondendo um animal.  E olha que eu gosto de cores negras e cetim. Ela desceu pela garganta com gosto de féu, e quando alcançou meu estômago, conseguiu revolver-se como um turbilhão, e foi como se eu implodisse por um instante. Tudo isso numa fração de segundos. O que restou depois? A ironia, que me mostrava a cena a cada milissegundo, lembrando todo o ato, como um sádico amigo íntimo.

E depois dizem que Deus ainda é amor. Não. Mil vezes não. Deus não é amor. Amor é um sentimento dado por Deus por termos sido feitos à imagem e semelhança Dele, mas ele não é isso. Ele é irônico. Ele não joga dados. Ele sabe onde acertar, onde ferir. As feridas constroem os heróis, e que herói eu seria se não fosse a porra da ironia?

Acho que isso deveria ser lecionado nas escolas. Arte da ironia. Ela vem logo depois de um semestre de “introdução ao estudo do sarcasmo” e “intimidação para iniciantes”. Ficaria bem no currículo de qualquer um. Se alguém que está lendo isso não reparar que é vítima dessa pequena palavra, pense de novo. Estamos presos a ela, e ela nos prende, basicamente, a tudo o que temos. Se não fosse por ela, não estaríamos sequer vivos, pois quem nunca perdeu um onibus que foi assaltado, ou deixou de sair com os amigos e recebeu a notícia que houve um acidente de carro? Se você não passou por isso, está fechando aos olhos a ironia. Favor requisite seu curso “introdução ao estudo do sarcasmo” de novo.

Não que toda ironia seja ruim, longe disso. Mas o que ela dá, ela tira de outro lado. Isso é fato. Não podemos segurar todos os grãos de areia por muito tempo, uma hora aquela merda toda vai escorrer pelos nossos dedos, e ficaremos com pouca coisa. Melhor ainda, se quando a areia estiver escapando por entre seus dedos, uma ventania atacar e um pouco dessa areia cair nos seus olhos. A própria areia que você queria manter, acaba te ferindo. O que isso? Adivinha…

Talvez depois de alguém ler isso aqui, se sinta impelido a fazer alguma coisa a meu respeito. Não precisa. Eu me viro. Talvez alguém pense muito no que aconteceu, mas não precisa também. Isso não aconteceu. Ou aconteceu, não interessa. Uma pessoa vai se identificar com isso tudo, e vai se sentir mal, e vai passar o dia pensando em tudo o que aconteceu na sua vida, e vai acabar comentando isso com outra pessoa, que vai comentar com outra, e todos vão se sentir ligados por um impulso universal, que atinge a todos, desde a hora que nossos pais nos conceberam, na hora que nos tornamos fetos, na hora que nascemos, na hora que crescemos, que vimos tudo acontecer, na hora que voce está agora. E vão menear a cabeça, ou dar de ombros, e pensar: “é isso que eu chamo de ironia”…

sábado, 4 de setembro de 2010

O tempo, o pesadelo e a cova

O tempo deixa marcas maiores que simples rugas. Deixa cicatrizes. O vento corta nossos rostos, bem rente aos olhos, quando vemos uma pessoa que queríamos com alguém. E por todo o tempo que restar, até sua consciência parar de te torturar com a lembrança, voce vai pensar em porque não estava com ela no momento certo, porque não disse as palavras certas, porque deixou aquilo chegar naquele ponto. Serão tantas perguntas que voce vai franzir o cenho e ver que está sozinho. As pessoas continuarão vivendo suas vidas, pensando que voce está em crise existencial, mas somente quem passa por isso sabe o que é.

Mas voltando ao assunto “tempo”, acho que ele equivale a todas as burradas que voce já cometeu com outras pessoas. Quantas vezes dissemos que amávamos alguém sem sentir nada, não fizemos um pequeno teatrinho para não ficarmos sozinhos, ou maltratamos uma pessoa que nos amava usando uma palavra, ou então traindo, ou então deixando-a sozinha.

Tempo e pesadelos caminham juntos pela mesma escada que tentamos subir, à medida que envelhecemos. A cada degrau que vencemos, o tempo fica mais nebuloso, e os pesadelos tornam-se mais reais. Acho que, escrevendo isso aqui, eu começo a entender a cabeça dos suicidas. É mais fácil morrer que viver. Talvez, ele achou uma brecha no corrimão dessa escada, um momento que o tempo se descuidou, e então ele mergulhou de cabeça para o vazio pacífico que nada mais é que um buraco no chão. Antes tivesse escolhido ficar vivo.

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Gostaria de postar isso como o ilustre desconhecido, mas acho que várias pessoas se identificariam com as palavras, e cobrariam de mim as respostas que eu retenho com tanto zelo. Talvez um dia eu poste, como uma pequena história, o nome de todas as pessoas que conseguiram construir esse sujeito que vos escreve. Vou agradecer àquela pessoa que me visitou no meu trabalho, sentou-se a minha frente, enquanto eu trabalhava e andou comigo pelas ruas com uma garrafa de cerveja na mão para ouvir minhas esquisitices. Ou então àquela pessoa que eu devo a minha vida, que me estendeu a mão quando eu estava precisando, só isso.

Mas isso eu só farei com o tempo. Talvez eu escreva um livro sobre mim mesmo assim que o tempo mandar um pouco de luz por entre as nuvens densas. Se os pesadelos pararem de cortar minhas pernas com os espinhos, eu me sentirei confortável o suficiente para fazer o que eu quero. Poderia receber de Deus uma chance de caminhar por entre uns degraus sem dificuldade, ou então me dar um alívio de todas as minhas memórias. Mas enquanto não recebo essa colher-de-chá, eu vou ficando aqui, subindo os degraus, com cada nuvem negra em cima de mim, ou com cada espinho. A dor só aumenta a vontade de ver como isso tudo vai acabar. Não vou parar na falha do corrimão e me jogar, meu buraco no chão ainda está longe de ser cavado. Foda-se.

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Bem vindo a todos

Bem vindo a todos. Pegue uma cerveja, ou você prefere vodka? Tem rum também, conhaque...
Sabe de uma coisa, pegue você mesmo, fique à vontade. Curta o show, ele é único. Certifique-se de que tenha desligado o celular, porque isso aqui não tem hora e nem dia para acabar.
ENJOY...

Influências

  • Aerosmith
  • Blackmore's Night
  • Devil Driver
  • Impellitteri
  • Led Zeppelin
  • Lost Weekend
  • Motorhead
  • Pain
  • Rainbow
  • Yngwie Malmsteen