quarta-feira, 5 de maio de 2010

Além de tudo, amigos

Até que ponto poderíamos dizer que somos amigos de uma pessoa? Até que ponto podemos dizer que temos um amigo?

A amizade em si já é uma coisa complicada desde a sua concepção. Uma afinidade torna-se um laço fortalecido a cada dia por uma série de coisas que vemos ou fazemos que nos remete diretamente a esse amigo. Aí entramos em contato com essa pessoa, que até pouco tempo não tinha tanta importância, de uma forma diferente das outras. Os telefonemas se tornam mais constantes, as confidências encontram seu lugar comum, o mundo inteiro é construído dentro desse círculo, que pode conter desde uma pessoa até uma infinidade delas. Torna-se legal ser altruísta, ter aquela palavra certa na hora certa, e tudo o que fazemos é para agradar esse amigo tão importante.

Mas, considerando tudo além do que vemos inicialmente, o que será que fazemos para “ajudar” um amigo? Meus amigos mais próximos hoje não são os mesmos que eu tinha perto de mim há alguns anos atrás, mas poderia dizer que é uma história que se repete. E pior ainda, é uma história que você vê repetindo porque esse fato aconteceu com você. Na época, estávamos perdidos quando vimos aquela enxurrada de problemas se aproximando, não tínhamos noção do que fazer, e mesmo assim, conseguimos passar por isso vivos para contar aos nossos futuros amigos a sua saga. Por isso tentamos ajudar um amigo, justamente para ele não ficar no lugar onde você estava anteriormente. Reparem que eu escrevi “tentamos”. Porque, quando nós estávamos nessa mesma situação, talvez houvesse um outro amigo que lhe deu o mesmo conselho que hoje você compartilha com essa nova pessoa. E será que você ouviu essa pessoa antes? Será que pôs a mão na consciencia e disse “sim, ele está tentando me ajudar, será exatamente isso que eu farei”? Ou talvez o motivo da recusa de seguir seu conselho faça o seu novo amigo ser tão importante, porque ele lembra você no passado?

Experiência é uma coisa irônica. Só conseguimos quando é extremamente tarde. E depois, quando já temos a experiência, não há muitas pessoas que querem ouvir a história da sua vida. Todos continuam com seus problemas, sejam eles semelhantes aos seus ou não. Se eles vão conseguir sair dessa fase como você saiu antes, isso nem eu, nem você nem ninguém sabe dizer.

Mas eu arriscaria ir mais além nesse pensamento. Me arriscaria a perguntar porque Diabos temos que tentar mudar a vida dos outros? Quero dizer, será que a pessoa quer realmente que sua vida seja mudada? Porque nos agarramos a conceitos personalizados de como sair desse problema, sendo que essa pessoa, nosso amigo, pode acabar encontrando uma forma de resolver isso do mesmo jeito que nós conseguimos, e sem seguir conselhos de ninguém. Talvez os conselhos, ao invés de fortalecer uma opinião, acabam deixando as decisões da outra pessoa mais miseráveis que antes. Ela com certeza não precisaria ouvi que sua vida está uma porcaria, que suas decisões estão erradas, que ela vai acabar se ferrando se for até o fim. Ela precisa é de um ombro amigo algumas vezes. Não que eu esteja querendo dizer que nunca mais vou aconselhar meus amigos, longe disso. Mas acho que eu mesmo sou duro demais com eles. A preocupação deve existir, mas ainda assim, temos que ter a empatia em maior quantidade que a preocupação, para podermos ver que, seja lá de que jeito nós conseguimos sair do problema que ele enfrenta agora, essa pessoa que você se importa quer, antes de mais nada, alguém para ouvir seu caso. Talvez no final da narração dele haja a resposta milagrosa que vai solucionar seu problema, e ficaremos com raiva por não termos pensado nisso antes.

Porque eu estou escrevendo isso, eu me pergunto. Acho que a resposta está implícita. Não se pode mudar todo mundo. Mas podemos mudar a nós mesmos. Não de todo, pois assim perderemos nosso amigo, mas em doses homeopáticas, de pouco em pouco. Eu mesmo mudarei um pouco minha atitude quanto a meus amigos. Seus problemas são, é claro, meus problemas desde o minuto que ele me contou. Mas o mundo não gira ao meu redor. Ele gira ao redor de todos, e eu não posso e nem devo tentar mudar isso. Por isso, eu peço desculpas de antemão a todos os que foram vítimas de minha vontade altruísta autocrata. Eu mesmo não tinha reparado o quanto eu faço sofrer por querer forçar uma saída para um problema.

old-friends

1 comentários:

Bruna Bourguignon disse...

Meu amigo, adorei tudo o que você escreveu aqui. Você está certo em todas as suas palavras. Penso que amigo que é amigo, sabe até onde pode ir, até onde pode falar e o que falar. Você é um ótimo amigo, saiba bem disso. Eu te considero um de meus melhores amigos, se não for o melhor, você é o único com quem eu compartilho certos problemas e pensamentos, penso que outros não me entenderiam em determinados assuntos, mas você sempre me compreendeu, sempre me ajudou com bons conselhos sempre, mas sempre deixou bem claro que a decisao quem tem que toma-la sou eu, você diz o que eu precisava ouvir, e eu apenas tentava entender e dá aquilo que você me disse um sentido e tentar dá um rumo aquele "problema". Por isso meu querido amigo, eu só tenho a te agradecer por sempre me ouvir e me ajudar, saiba que minha amizade você sempre terá contigo!

Beijos da sua amiga Bruna

Bem vindo a todos

Bem vindo a todos. Pegue uma cerveja, ou você prefere vodka? Tem rum também, conhaque...
Sabe de uma coisa, pegue você mesmo, fique à vontade. Curta o show, ele é único. Certifique-se de que tenha desligado o celular, porque isso aqui não tem hora e nem dia para acabar.
ENJOY...

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