sábado, 8 de maio de 2010

O 1º ato. Para quem se apaixonou

sensual

De repente, apaixonei-me. Esse sentimento entrou na minha casa pela porta da cozinha, pegou um lanche rápido na mesa de café e foi tomar seu lugar na sala de estar. Quando cheguei, encontrei-a nua, no meu sofá de dois lugares. Seus olhos diziam-me, sem dizer uma palavra, que estava sentindo minha falta. Fazia muito tempo que não tinha a paixão ao meu lado. Ela nem sequer esperou que eu colocasse meus livros na mesa, atirou-se em minha direçao, com beijos longos e suspiros em meu ouvido, fazendo meu mundo cair pouco a pouco. Fui sentindo o mundo reconstruido-se a cada beijo, a cada carícia. Senti-me dentro de uma garrafa de absinto, e ela era a fada. Cada ato apaixonado preparava o bohemian, intenso como ele só.

Larguei-me no sofá, com a paixão em cima de mim, suas pernas enroladas em meu quadril. Ela conseguia arrancar de mim minha calma, fazia-me brigar com minha paz interior, que gritava por um momento de razão naquilo tudo. Mas minha selvageria repentina, misturado com toda aquela languidez momentânea fazia tocar em minha cabeça as músicas mais eróticas possíveis. Toda a razão foi expulsa de meu cérebro, dando lugar a um sentimento mixado de desespero e fome, uma fome além do normal.

Tentei desvencilhar-me de seus braços ao meu redor, somente para reparar que eu estava, na verdade, arrancando minha camisa. Todos os meus sentidos respondiam ao comando dela, a paixão. Quis que ela fosse embora, quis que ela ficasse quieta, quis que ela terminasse logo com aquilo que ela viera fazer. Senti que eu deveria ter feito tanta coisa, que eu simplesmente a abraçei para mostrar o que eu queria realmente.

Cada ato da paixão pulsante foi como um filme que não via há muito tempo. Senti um mundo sendo criado pouco a pouco, cada personagem foi aparecendo e desaparecendo numa rapidez incrível. Era como se minha casa estivesse numa corrida a mais de 100 km/h. Em um determinado momento, a paixão pareceu-me muito com a loucura, que também já tinha vindo antes me fazer companhia. Entreguei a paixão tudo o que eu tinha, ela gemia baixo no meu ouvido o quanto tinha sentido minha falta, e eu ouvia dentro de mim a mesma palavra:”mentira”. Todas as vítimas da paixão ouviam isso. Eu tinha que tentar fazer diferente.

Desvencilhei-me do seu corpo em cima do meu, e levantei num ímpeto de sair e nunca mais voltar. Ela me fitava no sofá, minha camisa amassada no chão. Ela não iria fazer nada que me impedisse de sair, porque ela sabia que eu não conseguiria. Olhei para a porta, calculei todos os 6 passos do sofá até a saída daquele estranho acontecimento, mas estaquei. Todo a minha vontade de sair foi arremessado pela janela quando olhei para ela ali, esperando.

Levantei-a e em meus braços, a carreguei para meu quarto. Enquanto a carregava, meu coração repetia a mesma cena, carregando-a para dentro dele, num lugar vazio, limpo e arrumado. Pensei que depois seria mais difícil sair dali, mas não quis saber de mais nada. A paixão era minha depois de muito tempo.

Tudo o que se seguiu no meu quarto foi digno de um conto de Sade. Estava dentro da paixão e a paixão possuia todas as minhas forças. Corpos que tornavam-se um, uma quimera pulsante, viva, que suava e tremia a cada respiração, que se entregava e recebia a cada ato. Senti-me o mais forte dos deuses e o mais fraco dos homens. A paixão sussurrava ao meu ouvido que não me deixaria ir embora de novo, eu suspirava dizendo que ela iria embora assim que terminassemos aquele jogo. Ela ria, aumentava seu ritmo.

No clímax, nós éramos dois loucos. Os últimos atos tornaram a chegada a Shangri-la mais prazerosa. Enchi-me de paixão e ela encheu-se de mim. Cada um dando o que podia, e recebendo o que queria. Ela deitou-se ao meu lado, o corpo tremulo, lábios entreabertos, o corpo formava uma silhueta na minha cama, uma imagem divina. Envolvi-a em meus braços, ela acolheu o meu carinho. Afaguei seus cabelos e beijei sua orelha. Ela disse que queria isso de novo.

Logo depois, como se o tempo parasse de existir, ficamos ali, juntos. Adormecemos, e não sei se fomos para o mesmo lugar nos nossos sonhos. Quando acordei, ainda sentia todo o perfume do corpo dela. A camisa estava amassada no chão da sala. A paixão se fora. Senti o calor dela enquanto passava pelo corredor, mas não a encontrei. Ela foi-se do mesmo jeito que veio, de surpresa. Deixou-me aturdido demais para pensar qualquer outra coisa, mas também não pediu muito, a não ser meu corpo e alma. Senti-a dentro de mim, no meu coração as fotos de seu rosto tomaram lugar em todas as molduras. Sua voz existia em todas as músicas, seu cheiro em todos os perfumes. E eu existia somente em seu caderninho preto. Enquanto ela marcava cuidadosamente meu nome, eu marcava seu rosto de novo. Mais uma vez, apaixonei-me.

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Bem vindo a todos

Bem vindo a todos. Pegue uma cerveja, ou você prefere vodka? Tem rum também, conhaque...
Sabe de uma coisa, pegue você mesmo, fique à vontade. Curta o show, ele é único. Certifique-se de que tenha desligado o celular, porque isso aqui não tem hora e nem dia para acabar.
ENJOY...

Influências

  • Aerosmith
  • Blackmore's Night
  • Devil Driver
  • Impellitteri
  • Led Zeppelin
  • Lost Weekend
  • Motorhead
  • Pain
  • Rainbow
  • Yngwie Malmsteen