sábado, 20 de abril de 2019

SUB-HUMANOS



É aqui aonde tudo deveria se encontrar
Essa grande encruzilhada da vida
Nós vemos espelhos nas esquinas
Mostrando os nossos erros por outras perspectivas
Enquanto os projetores repetem as atitudes
Dos que vieram antes de nós
E por um momento parece
Que somos nós ali naquele filme preto e branco
As falas são as mesmas, os erros são os mesmos
O fim é o mesmo
A única coisa que muda é a tonalidade da película
Que dá a ilusão que tudo é feito de papel
E é irreal, intangível
E que nunca mais se repetirá
Nos cruzamentos em que nos encontramos
A locomotiva continua vindo do mesmo jeito
Ignorando todos que estão parados
Abobados com os espelhos e os projetores
Esse grande trem da realidade
Aonde o combustível são os erros de outrora que se repetem
E se repetirão muito depois de termos partido
E quando não seremos nada
Além de placas no chão
Lápides que mais parecem placas de trânsito
Indicando um caminho errado
Para um fim semelhante ao nosso
Mas não há ninguém
Com coragem suficiente para falar que erramos
Pois todos os que sabem disso
Estão mortos assim como nós, em algum outro lugar
Em uma outra placa indicativa de uma curva mal feita
De um declive ignorado
De um desabamento emocional causado pela
Enxurrada de problemas
Criados dentro de nossas mentes.
Meu coração bate
Para empurrar a areia que outrora era meu sangue
Seco de tanta decepção e desinteresse próprio
Pois sei que não há nada aqui
Que faça chover dentro de minhas artérias
E que transforme uma veia em um oásis
De esperança e alegria
Algo verdadeiro mesmo, não um mero constructo conformista
De "coma, beba, vista, viva e tenha dinheiro
E tudo de bom virá depois"
Pois isso é mentira
Pergunte para aqueles que habitam os mausoléus
Enfeitados com portais celestiais e anjos lamentando
Ah é, eles não respondem
Pois a voz da razão
É a primeira que vai embora quando encontramos nosso lugar
A sete palmos do chão
Ou então na maca de um hospital
No banco de um carro
No asfalto de uma rua
Na água de uma cachoeira
Na areia de uma praia
Na ponta de uma corda
No chumbo de uma bala
No aço de uma lâmina
No corte transversal do pulso...
Estamos aqui, sem manual, sem norte, sem rumo
Sem prumo, sem vergonha, sem carisma,
Armados com o medo
De morrer antes de realizar qualquer sonho irrisório
Que personificamos de alguma revista
Propaganda, outdoor ou boca a boca
Somos produtos sub-humanos
Criados por humanos subjugados
Por pessoas superestimadas
Pelos produtos sub-humanos
Isso a meditação não te diz
Isso a ioga não te fala
Isso o Tai Chi não te explica
Isso o pastor não revela
Isso não tá escrito na bíblia
Mas está escondido atrás de nossos olhos
Em nossos subconscientes
São as pernas de nossos instintos
São os gritos desesperados das aflições mudas
Causadas por tanta coisa que engolimos sem necessidade
Por que não queremos ferir ninguém
Porque não precisamos causar contenda
Porque fomos educados pra não falar
Por todos esses motivos de merda
Que movem o mundo de brinquedo em que vivemos
Somos os frutos podres que caíram da árvore que foi cortada quando decidiram que o progresso de terceiros seria mais importante do que nós mesmos.
Nós permitimos isso.
Nós.

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Bem vindo a todos

Bem vindo a todos. Pegue uma cerveja, ou você prefere vodka? Tem rum também, conhaque...
Sabe de uma coisa, pegue você mesmo, fique à vontade. Curta o show, ele é único. Certifique-se de que tenha desligado o celular, porque isso aqui não tem hora e nem dia para acabar.
ENJOY...

Influências

  • Aerosmith
  • Blackmore's Night
  • Devil Driver
  • Impellitteri
  • Led Zeppelin
  • Lost Weekend
  • Motorhead
  • Pain
  • Rainbow
  • Yngwie Malmsteen