terça-feira, 1 de setembro de 2015

O quebra-cabeça, a loja de conveniência e o momento.

Haverá alguma coisa a mais para entregar a outra pessoa? Digo, hoje em dia, as pessoas procuram relacionamentos como quem faz compras em um supermercado: para pessoas felizes, bebidas e petiscos. Para as tristes, uma barra de chocolate ou uma caixa de bombons refinados. Para aqueles que não sabem o que quer, um pouco de carne fresca no açougue, uma lata de refrigerante ou um livro de auto-ajuda.
E por aí vai a nossa eterna busca por uma pessoa que pensa fora da caixa. Como encontrar tal especiaria? Talvez aquela pessoa, do mês passado, que você se encontrou, possa te fornecer alguma coisa. Ou não. Ela pode ser tal e qual todas as outras, que procuram algo somente para "passar o momento". Acabou a farra, coloque a roupa, desligue o despertador e saia antes que a outra pessoa acorde.
Cada momento dura exatos 3 segundos. Nossa vida passa em vários e vários intervalos de 3 segundos o tempo todo. E quando ela se enche de momentos, bem ou mal aproveitados, nosso relógio é zerado, e começamos a viver outros momentos, com outro nome, outra história e outras pessoas.
A cada momento que passamos, escolhemos uma coisa e renunciamos outra. Isso é a inexorabilidade da vida em si. Você trocaria uma noite sozinho por uma companhia agradável? Você iria para a faculdade, ou ficaria jogando conversa fora com os amigos?
Cada escolha dessa é uma peça no quebra-cabeças que chamamos de "vida". Mas é preciso escolher bem essas peças, pois cada pedaço é algo seu, e seu somente. Jamais uma outra pessoa vai sentir com a mesma intensidade o que você está sentindo, doando, passando.
Aí voltamos ao ponto da entrega. O que damos aos outros hoje é justamente o que pegaremos de volta em algum ponto do nosso caminho. E sabe por quê? Porque todas essas peças, que achamos insignificantes, são partes integrantes da nossa vida. Somos nós mesmos. Não podemos ser o que outra pessoa quer que você seja, pois assim não seremos nada.
Essas peças que entregamos aos outros, elas também têm que ser bem analisadas. Muitas vezes achamos que tal peça é tão pequena e insignificante é inútil, mas ao jogá-la fora, sentimos uma falta tremenda dela, e vemos que ela é, nada mais, nada menos, que uma peça que vai te ligar a outras peças do quebra-cabeças que estamos montando. E aí, pessoa, já era. A peça não volta. Não inteira, sem falha, perfeita. Mas sim eivada de pequenos defeitos. E tem-se aí, a "gambiarra" da vida. Essa parte não vai prevalecer por muito tempo. Ela vai se soltar, e aí teremos o sentimento que algo falta a nossa vida, e não sabemos o que é. Mas, lá no fundo, sabemos muito bem.
E é aí que voltamos ao ponto das pessoas no supermercado. Temos tantas gambiarras em nossas vidas, que nos esquecemos até daquela peça original. A peça perfeita deixa de ser motivo de felicidade pra se tornar a lembrança de um momento terrível, sendo que é exatamente o contrário.
Não procuro pessoas em lojas de conveniência. Essas eu já tenho aos montes. Mas aquelas que sabem do seu valor, e que me entregam peças que servem perfeitamente no meu quebra-cabeça, essas eu mantenho por muito e muito tempo. Porque, como disse Exuperý "O essencial é invisível aos olhos".

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Bem vindo a todos

Bem vindo a todos. Pegue uma cerveja, ou você prefere vodka? Tem rum também, conhaque...
Sabe de uma coisa, pegue você mesmo, fique à vontade. Curta o show, ele é único. Certifique-se de que tenha desligado o celular, porque isso aqui não tem hora e nem dia para acabar.
ENJOY...

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  • Blackmore's Night
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  • Impellitteri
  • Led Zeppelin
  • Lost Weekend
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